Marisa Fonseca Diniz
A nanociência e a nanotecnologia ainda é um campo
desconhecido para muitas pessoas, porém quem trabalha, estuda a sustentabilidade
e os materiais cientificamente sabe que é um velho conhecido. A eficiência dos
materiais que propiciam melhora nos projetos da construção civil vem sendo um
grande diferencial ao setor.
Segundo Durán (2006), a nanociência e a nanotecnologia
são campos de estudos amplos e interdisciplinares que estende o estudo dos
materiais para o domínio de partículas e interfaces com dimensões extremamente
pequenas. O interesse na criação, além da exploração e o desenvolvimento destes
materiais promovem o envolvimento de diversas áreas do conhecimento. Diversas universidades e organizações desenvolvem
pesquisas neste segmento promovendo novos materiais que no futuro próximo
poderão ser comercializados e utilizados nos mais variados projetos da
construção civil e energia renovável.
Alguém já imaginou algum dia utilizar membranas tipo
Gore-Tex na construção? Certamente não. Essa membrana é encontrada em
casacos à prova de intempéries e sapatos trekking, e estão sendo estudadas para
construir paredes respiráveis e resistentes à água. O Tyvek é outro tecido sintético
utilizado como revestimento, no mesmo conceito das barracas de acampamento que inspiram
o setor builtech.
O novo campo de investigação está centrado em fibras de
origem animal, tais como a lã e a seda, as fibras a base de plantas como o
linho e o algodão, e os sintéticos como o poliéster e o rayon, a fim de
desenvolver materiais técnicos de alto desempenho para serem utilizados na
construção de edifícios, barragens, pontes, túneis e estradas. A vantagem é que estas fibras possuem propriedades
mecânicas, tais como leveza e resistência a fatores como fluência, deterioração
por produtos químicos e poluentes que se encontram no ar e na água da chuva.
Segundo o Departamento de Engenharia Civil e Ambiental –
DICA , Politécnica de Milão, o nylon e a fibra de vidro misturados com as
fibras tradicionais são ótimos para controlar o isolamento térmico e acústico
nas paredes, fachadas e telhados. A inovação tecnológica que inclui a
nanotecnologia combinada com tecidos tradicionais usados em roupas permite que
os edifícios e outras construções sejam projetados usando tecidos que contenham
cloreto de polivinilo – PVC ou etileno tetrafluoroetileno – ETFE, o que
proporciona aos materiais propriedades antibacterianas, antifúngicas e antimicóticas,
além de serem antiestáticos, resistentes a água e absorvem o som.
Outro exemplo disso é a utilização do Rooflys, uma
espécie de tecido preto que é utilizado como isolamento sob o molde do telhado.
O teste aplicado neste tipo de tecido constatou que eles são resistentes ao
fogo, a selagem de pregos, impermeabilidade à água e vapor, além de ser resistente
ao vento a aos raios UV.
A Universidade Técnica de Madrid – UPM desenvolveu um
painel feito de resíduos têxteis, que tem como base a melhora significativa das
condições térmicas e acústicas dos edifícios ao mesmo tempo em que reduz as emissões de gases de efeito
estufa e o impacto energético associado ao desenvolvimento de materiais de
construção.
E que venham mais pesquisas científicas para melhorar a
tecnologia e os materiais aplicados na construção civil, e proporcionar uma
melhora significativa no meio ambiente.
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O trabalho O poder dos tecidos na construção civil de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://marisadiniznetworking.blogspot.com/2017/01/o-poder-dos-tecidos-na-construcao-civil.html.
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