Marisa Fonseca Diniz
No Brasil, sempre que um profissional decide trabalhar por conta
própria e tem uma previsão de faturamento anual de até R$ 81 mil/ano ou R$
6.750,00/mês ele pode formalizar seu negócio abrindo uma MEI (Micro
Empreendedor Individual). Resumindo é uma empresa de uma única pessoa, que além
do dono pode ter apenas um funcionário, e o capital social pode ser de qualquer
valor até mesmo R$ 1,00.
A empresa EIRELI por sua vez é uma empresa individual de
responsabilidade limitada, que tem que ter um capital social de no mínimo 100
salários mínimos vigentes à época do registro. Em ambos os casos tanto o MEI
como a EIRELI possuem apenas um proprietário, que é justamente aquele que é o dono,
que dirige e muitas vezes executa o próprio trabalho. Este tipo de empresa é a
preferida dos representantes comerciais, engenheiros, arquitetos, supermercados
de bairro, marketing digital, jornalistas, entre outros, o que não faz o menor
sentido o dono do negócio se autointitular fundador ou CEO.
Quando algumas pessoas desenvolvem um projeto, um serviço
ou um produto inovador
em épocas de incertezas econômicas com o intuito de gerarem emprego, renda e
impacto recebem o nome de startup. Criar uma startup é sair da mesmice,
ou seja, ser diferente das empresas existentes, a startup é o pontapé inicial
de uma empresa que poderá ser um sucesso se bem administrada por um CEO capaz
de organizar um time vencedor de funcionários e se responsabilizar pelo plano
estratégico da empresa.
O CEO de uma startup é o cargo mais importante, pois ele é
o responsável direto por apresentar as melhores soluções para fazer com que a
empresa cresça de maneira satisfatória no mercado nacional e internacional, um líder
que poderá gerar não apenas bons lucros como criar novos empregos e novas
perspectivas de mercado e produto. A função do CEO é simplesmente estratégia,
diferente do dono da padaria, que abriu seu estabelecimento para vender pães,
aplicou capital na sua empresa, comprou maquinário, contratou pessoal, adquiriu
matéria prima, fabricou o produto e colocou a venda com o intuito exclusivo de
gerar lucros.
A startup é acima de tudo uma empresa inovadora
de negócios estratégicos, diferente da escola ou do mercadinho
de bairro que não criou nada de novo, visto que escolas e mercados sempre existiram.
Se algum empresário insistir em dizer que é o CEO, não
discuta, apenas observe o que a empresa produz de riquezas para o país ou para
o mundo. Se ela for apenas uma empresa que oferece serviços ou produtos
semelhantes aos já existentes no mercado, saberá que o empreendimento não
começou como uma startup, e a pessoa que coloca no portfólio da empresa ou em
seu perfil profissional os cargos de Founder ou CEO, na verdade é o dono da
empresa, que formalizou os serviços ou produtos nos quais ele vende como forma
de obter lucros decorrentes do seu investimento inicial na abertura da empresa,
mesmo sendo uma empresa de responsabilidade limitada.
É importante registrar as diferenças e as responsabilidades
empresariais para que o cargo de CEO não
seja desvalorizado e nem banalizado no mercado de trabalho, pois nem todo empreendedor
é um bom inovador ou estrategista, o que não quer dizer que eles não sejam bons
empresários, por exemplo.
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A banalização do papel do CEO by Marisa Fonseca Diniz is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Based on a work at https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2020/10/a-banalizacao-do-papel-do-ceo.html.
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