Marisa Fonseca Diniz
Atualmente há quase 8 bilhões de pessoas em todo mundo,
segundo dados do site Worldometers
(2022), sendo 4 bilhões de mulheres (World population,
2022) . O site World Population Review
, por sua vez informa que em 2020 havia 7,8 bilhões de pessoas afrodescendentes
(negras), e no mesmo ano 1,88 milhão de pessoas com mais de 50 anos (World Data Atlas).
O Brasil foi governado até dezembro de 2022 por um sexista e machista,
que durante a sua vida política sempre tratou as mulheres com desprezo, o que
tem colaborado para que a violência de gênero cresça em números assustadores. Ser
mulher no Brasil é uma afronta à sociedade machista que tem enraizado a cultura
do homem viril e dono de suas esposas e namoradas contrariando os direitos das
mulheres em todas as fases.
A violência exacerbada da sociedade brasileira tem posto
a prova até onde vale a pena ser mulher no país, uma vez que, a cultura do
machismo tem feito com que a violência contra elas cresça cada dia mais sem
limites. Depois do primeiro tapa sempre virão outros, por mais que os homens
digam não perante uma autoridade policial ou judiciária. O medo de serem presos
não é motivo suficiente para que os valentões cessem a agressividade colocando
em risco a vida das mulheres contumazmente.
A criação familiar de que o homem tem que ser o macho da casa tem feito com que muitas mulheres sejam vítimas desta criação animalesca, onde não há limites e muito menos respeito. A imagem vendida ao exterior da mulher brasileira como objeto colabora para a propagação da violência física e emocional nas quais muitas são submetidas diariamente dentro dos seus lares. Com o advento da pandemia, a maioria das mulheres foi obrigada a ficar trancafiada em suas habitações juntamente com seus algozes fazendo com que a violência doméstica fizesse várias vítimas de feminicídio.
Muitas das mulheres morreram na frente de seus filhos
menores sem qualquer tipo de piedade nas mãos de seus companheiros, que pouco
se importaram com os direitos das mulheres ou com as consequências na justiça. Como
se não bastasse toda esta violência com as mulheres, muitas crianças também têm
sido vítimas de pais, padrastos, tios e desconhecidos, que não medem esforços em
estuprarem a sua inocência desde o berço até a fase adulta ameaçando-as caso contem
sobre o fato a algum familiar.
Como se não bastasse tamanha violência física, as
mulheres e meninas brasileiras também sofrem com a violência psicológica, sendo
humilhadas, desvalorizadas e debochadas em público, o que colabora para a baixa
autoestima da vítima desencadeando uma série de transtornos físicos e
emocionais. Pior ainda, quando esta situação de violência emocional parte das
atuais companheiras de ex- namorados e maridos, que se sentem fortes diante da
situação sem raciocinar, que elas também podem se tornar futuras vítimas destes
homens violentos.
A sociedade na sua grande maioria é conivente com esta
violência, pois muitas das mulheres principalmente das classes sociais mais
baixas são ignoradas no mercado de trabalho por serem simplesmente mulheres,
muitas vezes negras, jovens ou com mais de 50 anos de idade, que acabam ficando
aprisionadas aos homens que sustentam a casa.
Comprovadamente as mulheres têm mais anos de estudo do
que os homens, mas isso não tem sido um diferencial no mercado de trabalho fazendo
com que elas demorem mais tempo para conseguir uma recolocação. Visto que a maioria
das empresas é resistente em contratarem mulheres para o quadro de funcionários.
A falta de políticas públicas que obrigam as empresas contratarem mulheres sejam
elas qualificadas ou não tem sido um dos principais entraves na vida das
cidadãs brasileiras, uma vez que, a grande maioria depende exclusivamente de um
emprego para conseguir se livrar de seus companheiros abusivos.
Enquanto o preconceito e a violência continuarem sendo
propagadas, as mulheres continuarão sendo vítimas de exclusão tanto no mercado
de trabalho como na sociedade. É interessante notar alguns fatos que acontecem
com as mulheres nas entrevistas de emprego, que não acontece com os homens. Note
que a maioria dos profissionais de recursos humanos responsáveis pelas entrevistas
de emprego são mulheres, em geral de classes sociais mais elevadas, sendo
justamente elas as responsáveis por elaborarem as perguntas para selecionar os
candidatos mais adequados às vagas de emprego.
As candidatas a uma recolocação são sempre questionadas
sobre a maternidade, a idade dos filhos, responsabilidades e assim por diante,
perguntas estas que não são feitas aos homens. Quando as mulheres estão na
maturidade, as perguntas passam a ser mais maldosas colocando a idade e a saúde
como impedimento, mesmo que a mulher tenha uma ótima vitalidade, o que não é
questão de exclusão para os homens.
Está na hora da sociedade repensar melhor como trata as
mulheres, pois daqui a pouco só terá homens no Brasil, isso se não matarem a
marretadas todos os afrodescendentes e os indígenas, que aos poucos são mortos
pela ignorância da falta de aceitação das diferenças humanas. A falta de
tolerância e educação faz do Brasil um país perigoso para todos aqueles que são
vitimados pelo ódio e preconceito nacional!
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O trabalho A muralha da ignorância de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2022/06/a-muralha-da-ignorancia.html.
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