Marisa
Fonseca Diniz
Desde
a antiguidade, o ser humano vem usando indiscriminadamente o ambiente natural,
como se os recursos existentes fossem ilimitados. Na América do Norte, os
colonos derrubaram florestas inteiras, na Europa, África e Ásia houve exploração
excessiva e por fim, as queimadas destruíram imensas camadas de vegetação. Caçadores em
todo o mundo mataram diversos animais para obter marfim, óleo, outros produtos
valiosos extinguindo com diversas espécies, além de acabar com o
habitat de diversos animais.
Apenas a partir do século passado é que as nações começaram a se conscientizar da importância
da preservação do meio ambiente. Governos, entidades públicas, organizações não
governamentais, órgãos de pesquisa tem procurado desenvolver tecnologias,
processos e programas de prevenção contra a destruição e o desperdício das
riquezas naturais.
A
camada fértil da terra responsável pela produção de alimentos tem sido destruída
gradativamente, o desgaste do solo contribui para o desaparecimento dos
nutrientes. Árvores e arbustos necessários à preservação da terra têm sido
constantemente desmatados, impossibilitando desta maneira que, as raízes sejam
firmadas no solo a fim de reter a água das chuvas. Superfícies desprovidas de
vegetação devido à contínua destruição das florestas fazem com que a terra fique
fofa, e não consiga reter a água causando erosões.
A
poluição do ar e da água é outro fator preocupante, peixes morrem por causa do
excesso de esgotos e detritos químicos lançados nos rios e mares, que além de
contaminar as águas contaminam os solos próximos a eles. O ar poluído típico das
grandes cidades é causado pela poluição advinda do escapamento de carros e
pelas chaminés das indústrias.
A
utilização desenfreada de recursos minerais não renováveis é outra preocupação,
pois além de serem utilizados como fonte de energia é altamente poluente. Muitos
dos setores da economia mundial vêm contribuindo com a degradação do meio natural
em que vivemos.
Um
destes setores é o da construção que utiliza em sua maioria produtos
compostos por minerais não renováveis, contribuindo gradativamente com a
poluição do meio ambiente.
A
necessidade de desenvolver produtos sustentáveis para serem utilizados no setor
tem feito com que, empresas e profissionais invistam cada dia mais em
pesquisas. O conceito de que todo produto e processo sustentável tem custo
elevado vem perdendo espaço nos últimos anos. A destruição do meio ambiente tem
sido fator determinante para o desenvolvimento de técnicas e insumos
sustentáveis no setor da construção.
Muitos
profissionais do setor achavam que fosse impossível desenvolver compostos
ecológicos que substituíssem de maneira satisfatória os compostos químicos dos
produtos utilizados nas obras civis. Dentre este produtos estão os selantes, os
adesivos e o verniz.
No
Brasil, pesquisas financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
São Paulo (FAPESP) com o apoio da Cietec, IPEN, Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo – IPT e o Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT possibilitaram
o desenvolvimento de novos compostos ecológicos a serem agregados na composição
de selantes e adesivos.
Os
produtos são à base de água excelentes para serem aplicados em paredes, pavimentos,
janelas e coberturas. Todos eles são isentos de solventes derivados de
hidrocarbonetos aromáticos compostos de orgânicos voláteis (VOCs), e isocianatos
que degradam o meio ambiente e fazem mal a saúde.
No
caso do verniz ecológico há duas versões: metal e madeira. O verniz para metais é aquoso e sem solventes com
a função de formar uma camada protetora e anticorrosiva, excelente para o uso
em alumínio, aço, metais ferrosos e metais amarelos em geral. O verniz para
madeira por sua vez é elaborado à base de óleos vegetais e resinas naturais,
substituindo a aguarrás, o poliuretano e o epóxi que são produtos químicos altamente
poluentes que agridem o meio ambiente.
Através
da conscientização ecológica de todos os profissionais e empresários do setor
da construção, mais produtos e processos sustentáveis poderão ser
desenvolvidos no futuro, basta boa vontade para que isso aconteça.
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Baseado no trabalho disponível emhttp://marisadiniznetworking.blogspot.com/2014/03/construcao-civil-insumos-ecologicos.html.
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