Marisa
Fonseca Diniz
Quando nos referimos a mananciais logo vem a
nossa mente o problema das habitações irregulares nas grandes cidades. O
aumento da demanda por água é uma das consequências do crescimento populacional,
porém não podemos deixar de observar que a falta de planejamento urbano nas
cidades vem contribuindo para o aumento desordenado das construções irregulares
em áreas de risco.
Os
mananciais são fontes de água superficiais ou subterrâneas utilizadas no processo
de abastecimento público.
Os mananciais podem ser lagos, rios, represas, reservatórios, entre outros, a quantidade de água existente no planeta para consumo humano é muito pequena. Do total de água disponível no planeta 96,5% é água do mar, 1,71% é proveniente das calotas polares ou geleiras, 0,03% é água doce superficial e atmosférica e a água subterrânea corresponde a 0,76%, por isso se faz necessário à preservação dos recursos hídricos mantendo a qualidade de água a ser consumida pela população global.
O crescimento desenfreado e desordenado da população nas últimas décadas
tem comprometido a qualidade do meio ambiente, bem como contribuído para o
aumento da poluição das águas e a extinção dos mananciais. Loteamentos clandestinos
e habitações irregulares as margens dos rios e dos mananciais tem elevado a
degradação das bacias hidrográficas.
As
áreas onde as habitações irregulares se encontram não possuem infraestrutura
básica de saneamento, o que colabora para que os esgotos domésticos e
industriais sejam despejados nos mananciais destruindo a flora e a fauna da
região. Materiais orgânicos, coliformes fecais e os agrotóxicos utilizados em
plantações próximas aos mananciais são alguns dos muitos problemas que alteram
o ph da água a ser consumida.
Outros
problemas que colaboram com a destruição dos mananciais são os desmatamentos, queimadas,
atividades extrativistas agressivas, práticas agrícolas perniciosas, a poluição
industrial e o uso indevido dos solos que tem causado desequilíbrio ambiental e
comprometido dos recursos hídricos. A falta de planejamento adequado para
conter o avanço populacional em áreas de risco, tem contribuído para degradar
mais rapidamente as regiões dos mananciais, bem como diminuir a oferta de água
de qualidade a população das grandes cidades com risco de propagação de doenças
de veiculação hídrica.
O
processo tradicional de gerenciamento de água envolve diversas fases para
remover os contaminantes gerando altos custos ambientais e econômicos. A nova
pegada sustentável determina a necessidade de enfocar na proteção das fontes
vitais de água potável contra a contaminação reduzindo e eliminando a
necessidade de tratamento. Ecossistemas saudáveis ajudam na purificação da
água, evitando o ingresso da poluição nos cursos de água.
O maior sistema de abastecimento de águas superficial não filtrada do
mundo fica na cidade de New York, que é alimentada pelo escoamento das
geleiras que se formam durante o inverno nas Montanhas de Catskills. O sistema
de abastecimento possuiu um programa de proteção de mananciais, que a partir da
década de 1990 recebeu diversos aprimoramentos, a fim de que a população
pudesse se desenvolver sem que a água perdesse a qualidade.
Este
case de tratamento de água vale a pena ser citado como exemplo às cidades que estão
rodeadas por mananciais. O Departamento
de Meio Ambiente da cidade de New York possuía duas opções para o tratamento
de água, a primeira era a construção de uma estação de filtragem de água com um
custo aproximado de US$ 6 bilhões e custo operacional anual de US$ 150 milhões.
A segunda opção com custo bem menor era instituir um programa de proteção
da bacia hidrográfica das regiões onde a água potável era captada. O programa
incluía um controle mais extensivo das atividades poluidoras da bacia
hidrográfica, principalmente a localização das fossas sépticas, desenvolvimento
e financiamento de práticas de gestão agrícola mais sustentável e o controle na
aquisição de terras.
Os governantes antes mesmo de implantar
qualquer programa de proteção das bacias hidrográficas deveriam investir mais
em educação, a fim de que a população residente nos mananciais aprenda a importância
de preservá-los. Um planejamento habitacional urbano de melhor qualidade evita
que os mananciais desapareçam, pois a água está escassa em todo o planeta e sem
uma política adequada às futuras gerações nem saberão o que é este bem tão
precioso conhecido como água.
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O trabalho A importância de preservar os mananciais deMarisa Fonseca Diniz está licenciado com uma LicençaCreative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível emhttp://marisadiniznetworking.blogspot.com/2015/05/a-importancia-de-preservar-os-mananciais.html.
Muito Bom !
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