Marisa
Fonseca Diniz
Atualmente, o planeta Terra possui mais de 7,6 bilhões de
pessoas, e deste montante há um pouco mais 2.100 bilionários em todo mundo que
retém mais de US$ 8,7 trilhões (dados recentes de 2019). O homem mais rico do
mundo é Jeff Bezos, CEO da Amazon, que sozinho acumula uma fortuna de US$ 131
bilhões de dólares. No Brasil, por exemplo, a crise econômica parece não
atingir o grupo seleto de 58 bilionários, que acumulam uma fortuna de US$ 179,7
bilhões, sendo eles proprietários de indústrias alimentícia e bebidas, varejo, além
de investimentos e bancos, o fato é que, nem mesmo o Qatar sendo o país mais rico do mundo tem tantos megabilionários (apenas sete) como no maior país da América do Sul
(Fonte: Forbes).
Vergonhosamente, quase metade da população mundial vive
abaixo da linha da pobreza, ou seja, um pouco mais que 3,4 bilhões de pessoas, que se quer possui acesso às condições básicas de sobrevivência. Segundo o Banco
Mundial, no caso do Brasil são 54 milhões de pobres, o que equivale quase 1
milhão deles para cada bilionário do país, sem contabilizar neste montante os
mais 24 milhões de desempregados, desalentados e subempregados, ou seja,
pouquíssimos indivíduos detêm fortunas bilionárias tudo em detrimento da falta de
emprego e trabalho exploratório da maioria da população tanto a nível nacional
como mundial.
A população americana atualmente é de um pouco mais de
331 milhões de pessoas, por lá há 609 megabilionários, no entanto mais de 140 milhões são considerados pobres e há 5,8 milhões de desempregados. Os bilionários americanos
são dos setores de tecnologia, investimentos, telecomunicação, petróleo e gás,
supermercados, cosméticos, mídia e lojas de departamentos, ou seja, são os
donos do mundo explorando os mais pobres.
O mais interessante nesta lista toda de megabilionários é
que eles enfatizam o fato de aplicarem uma parte de seus ganhos em projetos
beneficentes, porém de interesse próprio. Por outro lado, eles não divulgam que
por trás de toda boa ação há uma grande maldade em penalizar os outros cidadãos em benefício
próprio como é o caso do que acontece atualmente na cidade de San Francisco,
Estados Unidos. Os bilionários da área da tecnologia estão tão preocupados com
o crescimento acelerado nos valores dos imóveis da região de Menlo Park, que fez
com que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg através de sua instituição de
caridade The Chan Zuckerberg Initiative distribuisse mais de US$ 3 milhões em
subsídios para ajudar a crise imobiliária que surgiu nos últimos anos na região
do Vale do Silício.
Segundo David Plouffe, presidente de política e defesa da instituição, o objetivo principal destas doações era simplesmente ajudar as famílias em crise imediata, apoiando pesquisas e novas ideias, a fim de encontrar uma solução em longo prazo para a crise imobiliária que acomete a região. No entanto, nem tudo é o que parece ser, pois a aparente generosidade em tentar resolver as desigualdades sociais e econômicas da região causadas justamente pelas grandes empresas de tecnologia, incluindo o Facebook, ironicamente permitiu que todas elas acumulassem altos lucros gerados pelo problema causado, subentende-se portanto, que as doações são apenas uma maneira de tapar o sol com a peneira.
A falsa ideia de que bilionários do ramo de tecnologia
têm criado instituições filantrópicas para ajudar os mais necessitados cai por
terra, quando ações como estas vêm à tona, uma vez que, a direção destas
instituições continuará controlando os investimentos das empresas da maneira
que acharem lucrativas acumulando diversos benefícios tributários, fiscais,
comerciais e acima de tudo políticos em detrimento do prejuízo causado aos
menos favorecidos. A manipulação das noticias divulgadas são sempre
satisfatórias aos poderosos, nada do que dizem é realmente verdade, portanto
não acreditem em tudo que leem ou veem.
O perigoso mundo do filantrocapitalismo encabeçado pela
maioria dos poderosos do planeta pode na verdade não acabar com a fome do mundo,
e sim exterminar milhões de pobres. A mercantilização da caridade e o
empoderamento que transcendem a economia tem um fator preocupante: a queda da
democracia e o emergente legado político que se encontra nas mãos de
pouquíssimos indivíduos considerados bilionários.
Enquanto muitos indivíduos acreditam que instituições, ONGs, fundações e entidades são apenas o caminho mais curto para diminuir as desigualdades sociais, os poderosos da elite continuam usufruindo os benefícios que a filantropia proporciona à minoria bilionária como é o caso da Fundação Bill & Melinda Gates que incentiva a promoção da saúde pública, e que no entanto é apenas uma maneira lucrativa de ganhar dinheiro.
O Relatório “Uma economia para os 99%” efetuado pela Oxfam
em 2017 destacou que os oito homens mais ricos do mundo tinham renda
equivalente a 3,6 bilhões de pessoas, o que não mudou absolutamente nada nos dias
atuais, e sim piorou. Os oito homens mais ricos do mundo que designam milhões
de suas fortunas a projetos de saúde pública, pesquisa científica, educação e
causas humanitárias são justamente aqueles considerados megafilantropos, pois
quanto mais eles colaboram com o desenvolvimento destes projetos mais eles
lucram, ou seja, o investimento vale a pena porque o retorno é muito lucrativo.
Em geral, as pessoas ao redor do mundo tem a falsa ideia
de que os grandes empresários nos quais tanto admiram investem em megaprojetos
sociais simplesmente porque estão preocupados em mitigar os impactos da
miséria, pura ilusão, pois por trás de toda ação filantrópica há sim um retorno
financeiro extremamente lucrativo, o que faz com que as fortunas se acumulem
cada vez mais.
O filantropismo da enganação acaba sendo um absurdo
quando pensamos nas propostas inescrupulosas que certos bilionários fazem aos seus
colaboradores como é o caso do Twitter.
No ano de 2015, o diretor geral da empresa decidiu ceder um terço das
ações da empresa avaliadas em cerca de US$ 197 milhões, o equivalente a 1% do
valor total da empresa, apenas com a intenção de sanar os danos que seriam
causados com a demissão de 300 funcionários, uma maneira fácil de ludibriar os funcionários, adoçar para depois amargar, ora
que golpe baixo, não?!
O mais impressionante é que os interesses financeiros vão
muito mais além do que se pode imaginar, não se engane, pois na cartilha dos
bilionários a palavra caridade significa lucro fácil, exemplo disso foi o caso
da proposta descabível que Daniel Price, Presidente da Gravity Payments,
empresa de processamento de cartões de crédito fez a seus funcionários. Em
abril de 2015 ele anunciou que o salário mínimo na sua empresa seria de US$ 70
mil anual enfatizando a todos os empregados que seu próprio salário seria diminuído de US$ 1,1
milhões para 70 mil dólares, uau!
Vamos entender melhor o caso, na época a empresa possuía
cerca de 120 funcionários com salários anuais de 50 mil dólares, porém o plano
era apenas duplicar o salário de 30 pessoas e aumentar o salário de outras 40
que ganhavam abaixo de US$ 70 mil dólares deixando os demais na mesma situação
salarial em que se encontravam. Dentro deste plano não estava incluso as
demissões, o aumento nos preços das ofertas comerciais e nem o corte nos
salários dos outros executivos, já que mais da metade do custo total seria
assegurado pelo corte no salário de Daniel Price ou pelos lucros da empresa.
Essa medida fez com que o interesse mensal dos clientes
aumentasse de 30 para 2000 em duas semanas, um impacto enorme no chamado custo
de aquisição do cliente levando a contratação de mais 10 funcionários. No
entanto, seu sócio/irmão detinha 30% da empresa e o processou por considerar que
Daniel Price recebia vencimentos superiores a que tinha direito.
O termo filantrocapitalismo surgiu em 2008 quando citado pelo
editor da revista The Economist, Matthew Bishop no qual definiu que os
filantrocapitalistas não são doadores tradicionais e sim investidores sociais
que direcionam os recursos financeiros a causas que consideram prioritárias.
A
dupla vertente do filantrocapitalismo demonstra o potencial filantrópico do
sistema capitalista infiltrando princípios e práticas da filantropia em
projetos de interesse próprio e que tenham fins lucrativos. Nada é o que
verdadeiramente parece ser aos olhos dos tolos que acreditam em caridade
gratuita.
No entanto, não podemos esquecer que a elite bilionária
manipula as pessoas do mundo todo, direta e indiretamente não tem como escapar,
pois é ela quem decide o que irá produzir de alimentos, bebidas, automóveis,
vestuário, aparelhos eletrônicos, e o que irá reproduzir na mídia, o manejo das
telecomunicações, tudo o que se pode imaginar, nada, absolutamente nada escapa
do controle.
Ironicamente ainda encontramos em algumas comunidades espalhadas pelo mundo pessoas que apoiam e exaltam decisões como estas, apenas pelo fato de acreditarem que um dia poderão adentrar neste seleto círculo de iluminados, porém o que poucos indivíduos sabem é que a própria elite decide quem entra ou saí do grupo.
As ações da elite mundial não ficam apenas na filantropia,
a audácia vai muito mais além, a quantidade de desempregados em todo mundo pode
triplicar nos próximos anos, já que medidas tecnológicas vêm sendo tomadas para
exterminar de vez os empregos. Altos investimentos em inteligência
artificial vêm sendo aplicados em todo mundo, a fim de se criar robôs
eficientes na execução de tarefas antes exercidas por seres humanos, além de
criar programas de computador cada vez mais inteligentes. Manter um robô em
funcionamento é muito mais barato do que manter um ser humano trabalhando, além
do que, a máquina será obediente a todos os comandos, enquanto o mesmo não pode
ser garantindo com os indivíduos. Os robôs já vêm sendo substituídos em várias
frentes de trabalho de diversos setores da economia, tais como a construção
civil, produção industrial, atendimento, supermercados, empresas de tecnologia,
entre outros.
O agravante é que, a substituição da mão de obra humana
pela tecnológica fará com que os governos de todo mundo fiquem mais endividados
por não terem dinheiro suficiente para pagar as aposentadorias e pensões
daqueles que recebem dinheiro das instituições públicas, além do que, não terá
ajuda financeira disponível para este grande contingente de desempregados.
A melhor solução será criar métodos silenciosos de extermínio da grande massa populacional inútil, o que por sinal já vem acontecendo há anos como é o caso do surgimento de vírus e bactérias mais potentes e difíceis de serem eliminadas. Doenças antes consideradas erradicadas, atualmente têm efeitos muito mais devastadores, e a indústria farmacêutica não tem interesse em desenvolver pesquisas para o desenvolvimento de novas drogas, que possam exterminar de vez o problema, uma vez que não é rentável financeiramente.
O consumo de remédios em longo prazo é muito mais rentável do que aqueles que resolvem os problemas de saúde em curto prazo, ou seja, continuaremos reféns dos interesses financeiros da elite mundial ou em último caso morreremos.
Outro fator preocupante é a falta de interesse em acabar
com a deterioração galopante do meio ambiente por parte dos poderosos, a
situação do jeito que está é muito mais rentável à elite bilionária que rege o
mundo. As pessoas estão morrendo de fome pelo
esgotamento do meio ambiente como pode ser visto no artigo O tempo está se esgotando..., a cada dia que passa mais pessoas tendem a morrer de
fome ou envenenadas pelos agrotóxicos utilizados nas lavouras que estão cada
vez mais potencialmente perigosos.
Muitos cidadãos podem se questionar sobre quais são os problemas causados pelos vírus, fungos e
bactérias potencialmente devastadores, porém não podem esquecer que a ideia de exterminio em massa não acometerá apenas a população mais desprovida
de recursos financeiros como também poderá prejudicar a elite. No entanto, dentro desta análise há um detalhe significativo, que há sim imunização, porém apenas os poderosos poderão pagar milhões por uma
dose. Lembremos, que a elite controla quem terá o direito de se imunizar e ficar ileso
dos efeitos destrutivos destes potentes organismos vivos.
Em referência aos alimentos, já existem diversos bunkers
espalhados pelo mundo com sementes e mudas sendo catalogadas e cultivadas sem
nenhum tipo de pesticida ou agrotóxico, porém a população não tem acesso a
elas, apenas a elite mundial. Para muitas pessoas todas estas ações podem ser
consideradas uma mera conspiração, porém se analisarmos detalhadamente todos os
fatos veremos que vivemos tempos difíceis há algum tempo, pois o surgimento de
doenças cada vez mais agressivas tem exterminado assustadoramente populações com rendas cada
vez mais baixas, pois a falta de acesso à hospitais e médicos especializados
impossibilitam que se tenha um tratamento mais eficiente para combatê-las.
O crescimento descontrolado da população em certas
regiões mais pobres do planeta, um número maior de pessoas sendo escravizadas e
sem emprego tem tirado a oportunidade dos mais pobres de terem uma condição mais
digna de sobrevivência, os altos custos com alimentação diária necessária ao
corpo humano e a falta de acesso a itens básicos de sobrevivência faz com que
cada dia mais pessoas morram por desnutrição ou infecção.
Governantes cada vez mais intolerantes, corruptos,
sanguinários tem massacrado a população com elevadas taxas e impostos em pró a
interesses próprios ignorando por completo a elaboração de políticas públicas a favor da população do
país. A cada dia que passa, governos adotam políticas direcionadas aos mais
poderosos abandonando por completo as classes menos abastadas, não há
segurança, saúde, educação e muito menos o básico necessário para ter uma vida
mais digna.
Na África Subsaariana, cerca de 58% da população ou 560
milhões de pessoas vivem na pobreza multidimensional, e no sul da Ásia são 31%
da população ou 546 milhões de pessoas, que se encontram nesta mesma condição. Outro dado chocante
é que a maior parte dos considerados multidimensionalmente pobres vive em áreas
rurais em todo o mundo, sendo que 36% corresponde a quatro vezes mais do que quem vive nas
áreas urbanas.
Não devemos esquecer que alguns índices considerados
aceitáveis para ter uma boa qualidade de vida são os seguintes: nutrição, baixa
mortalidade infantil, anos de escolaridade, crianças matriculadas em escolas,
energia para cozinhar, saneamento, água, eletricidade, moradia digna e renda. É
parece que estamos chegando aos finais dos tempos, pois enquanto a população
definha, a elite desperdiça recursos para satisfazer seus desejos mais insanos.
Pense bem sobre isso, se você não faz parte do seleto
grupo dos iluminados bilionários mundiais e tão pouco faz parte dos miseráveis,
então você faz parte da classe mediana, que para os índices e para a elite
mundial não significa absolutamente nada, a não ser um mero pobretão metido a
besta!
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O trabalho A supremacia da elite na Terra de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2019/06/a-supremacia-da-elite-na-terra.html.
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