Marisa
Fonseca Diniz
Energia azul ou energia osmótica é aquela obtida pelo
contato da água doce com a água salgada do mar através de uma membrana
semipermeável. A energia é gerada por meio da concentração do sal que faz com
que a pressão da água salgada aumente e a turbina seja acionada gerando dessa
maneira a energia elétrica, esse processo é conhecido como Osmose Retardada por
Pressão – ORP.
A energia azul é considerada sustentável por não gerar poluentes e por ser uma fonte inesgotável. Pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) na Suiça desenvolveram um sistema de osmose que gera eletricidade através da água do mar, a água doce e uma membrana com apenas 3 átomos de espessura, ou seja, bem fina para separar os dois fluídos. Os resultados desta pesquisa podem ser encontrados na Revista Nature.
O sistema da EPFL consiste de dois compartimentos cheios
de água separados por uma membrana fina formada por nanoporos de dissulfureto
de molibdênio através dela os íons da água do mar passam para a água doce até
que os fluídos de sal fiquem igualados, à medida que os íons passam pelos nanoporos,
os elétrons são transferidos para eletrodo que será responsável na geração de energia.
As propriedades da membrana permitem que os íons
positivos possam empurrar a carga negativa criando assim uma tensão entre os
dois líquidos, e é justamente esta tensão que faz com que a carga gerada pela
transferência dos íons flutue. O potencial desse novo sistema é gigantesco,
pois de acordo com os cálculos uma membrana de 1m2 com 30% da sua
superfície coberta por nanoporos é capaz de produzir 1 MW de eletricidade,
suficiente para abastecer 50.000 ampolas de poupança de energia convencional.
O molibdênio dissulfureto é facilmente encontrado na
natureza e pode ser cultivado por deposição química do vapor, ou seja, o
sistema seria exequível para a evolução da energia em grande escala. A energia
azul é uma grande tendência sustentável em desenvolvimento, tanto é que há
diversos projetos sendo desenvolvidos no Japão, Noruega, Holanda e Estados
Unidos. Atualmente, as membranas que são utilizadas na geração de energia
osmótica são orgânicas, frágeis, caras e de baixo rendimento.
A primeira grande obra responsável pela produção de
energia osmótica colocada em funcionamento no mundo foi construída em 2009 pela
empresa Statkraft em Tofte, Noruega.
Artigo protegido pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de
1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou
armazenar de qualquer modo o artigo aqui exposto, pois está registrado.
O trabalho Energia Azul de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Obrigado por compartilhar
ResponderExcluir