Marisa Fonseca Diniz
Segundo dados, o LinkedIn tem hoje mais de 575 milhões de
usuários, que mantêm perfil na rede e deste montante 45% acessam diariamente a
plataforma. Os assuntos debatidos na rede são os mais variados possíveis, que
vão desde situações de trabalho até política, o que é muito interessante.
No entanto, vale a pena ressaltar que certos assuntos e
ações dos usuários não são bem vistas na rede, pois destoam do objetivo
principal do LinkedIn. Os bons relacionamentos profissionais são necessários
para que a rede tenha um ambiente virtual agradável, a fim de que as pessoas
possam acessar a plataforma e se sentirem acolhidas por suas experiências.
Apesar das normas da rede, há diversas outras situações que devem ser evitadas pelos usuários do LinkedIn, a fim de evitar debates calorosos recheados de palavras de baixo calão e situações constrangedoras. A rede não deve ser considerada um muro de lamentações, onde os profissionais despejam suas insatisfações sem se darem conta de que isso possa trazer mais malefícios do que benefícios.
É muito comum na rede, os usuários darem receitas prontas
para o sucesso sem medirem as consequências de seus atos esquecendo-se de que o
sucesso não pode ser medido e muito menos comparado com situações adversas
pelos quais muitas pessoas passam no decorrer da vida. Há um ditado que diz: se sucesso
fosse fácil de conquistar, ninguém venderia a receita.
A falácia de que o sucesso financeiro seja o único
concebível na vida de um profissional tem feito com que várias pessoas entrem em
desespero acreditando serem pessoas fracassadas por não conseguirem um emprego de
alta gestão capaz de pagar um salário alto. Jovens de 25 anos fazendo longos
textos em seus murais de publicação (feeds) se achando completamente inúteis
profissionalmente por não estarem bem empregadas e consequentemente não terem
casa própria, um carro possante ou um MBA em uma universidade de primeira linha,
o que é um grande erro. As pessoas acabam deixando de fazer o que realmente
gostam para entrar na vibe de uma minoria, que está apenas interessada em
vender receita pronta de sucesso, que sequer conquistaram, mas acabam lucrando
alto com a Hustle
Culture.
A Hustle Culture é um conceito baseado na
agitação, ou seja, quanto mais se trabalha, mais sucesso se conquista, no
entanto, o que as pessoas na verdade desenvolvem é a Síndrome
de Burnout ou a Síndrome do Esgotamento Profissional. O sucesso
profissional é muito cultuado no capitalismo, mas o que a maioria das pessoas
desconhece é o real significado da palavra: aquilo que sucede, ou seja, um
acontecimento, que não precisa estar relacionado ao dinheiro.
O desconhecimento das leis pelos usuários da internet é
por si só um problema para a própria pessoa que pratica o cyberbullying, pois muitos
ainda acreditam que a internet é uma terra sem lei. A se pensar que quem tem o
costume de fazer publicações como estas no LinkedIn, não apenas demonstra sua
falta de sapiência em direito civil como também demonstra total descontrole
emocional por não aceitar as diversidades da vida, além de não possuir ética
profissional.
Não devemos de maneira nenhuma citar nomes, seja de um
chefe, subordinado, parceiro de negócio ou uma empresa, o certo é citar
situações nos quais o profissional passou no decorrer da carreira deixando um
legado de superação. A pessoa pode citar situações sem ofender alguém, e ainda
pode compartilhar com os demais usuários qual foi à maneira eficiente de ter
superado aquele inconveniente de maneira sutil.
Soltar cobras e lagartos falando mal do ex-empregador não
deve ser jamais exposto em uma rede profissional, nem mesmo deve-se colocar o
logotipo da empresa no mural. Todas as situações devem ser resolvidas no
ambiente empresarial, quando não houver mais diálogo e o profissional ficar sem
receber sua rescisão salarial de maneira correta, a melhor solução para
resolver este imbróglio é a justiça trabalhista, e não o LinkedIn.
Situações conflitantes devem ser sempre evitadas na plataforma, pois não há nada mais detestável do que deixar a opinião em um assunto qualquer no grupo ou mural e depois se ver envolvido em uma situação vexatória. Nem todas as pessoas tem a sabedoria de respeitar opiniões contrárias, muitas preferem agredir verbalmente a outra para se sentir poderosa.
O LinkedIn é uma vitrine profissional, portanto quem tem o costume de agredir verbalmente outro usuário na rede por não concordar com suas opiniões deve saber que este tipo de atitude diz mais sobre o agressor do que o agredido propriamente dito. Empresa nenhuma vai querer contratar um profissional que não respeita as opiniões alheias, pois esta atitude pode colocar em risco uma equipe toda, além de aparentar que o indivíduo em questão seja intolerante.
Os ambientes corporativos envolvem uma série de
profissionais, que por suposto pensam diferente um dos outros, o que é muito
bom, pois apresenta novas visões mediante as situações diárias. Ter em uma
equipe uma pessoa intolerante e autoritária, por exemplo, pode criar desavenças
desnecessárias e prejudicar todo andamento das atividades laborais, em algumas
situações as empresas podem ser prejudicadas com a saída de cérebros criativos
e eficientes por não suportarem pessoas tóxicas no grupo.
Do mesmo modo é inteiramente repugnante, que as empresas exponham
os candidatos dos processos seletivos na plataforma denegrindo o desempenho
deles perante os demais profissionais, pois aponta falhas processuais e
antiéticas da organização. Em curto prazo, profissionais desempregados irão
pensar muito bem antes de se candidatarem a qualquer vaga disponível na
empresa.
A segunda questão diz respeito aos profissionais que colocam
a empresa onde trabalham no pedestal. O que denota uma atitude profissional
imatura, quando não, dá a entender que a empresa em questão está se
aproveitando da propaganda gratuita feita por seus funcionários. O comportamento
na plataforma deve se assemelhar ao comportamento corporativo, sem euforia,
desrespeito ou agressividade, a fim de que o ambiente seja agradável e não
tóxico.
Apesar de o LinkedIn ter mais de 500 milhões de usuários em
todo mundo, apenas uma pequena parcela se sente a vontade de acessar
diariamente a rede, o que nos faz pensar que a maioria ou não sabe usar a plataforma ou simplesmente
não se sente bem com a toxidade. Tudo deve ser comedido, sem exageros ou egos,
a fim de que todos se sintam a vontade de participar das discussões sem
agressividade ou desrespeito!
#comportamento #redeprofissional
#behavior #linkedin #comortamiento
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O trabalho Situações conflitantes que devem ser evitadas no LinkedIn de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2022/09/situacoes-conflitantes-que-devem-ser.html.
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