Marisa Fonseca Diniz
O baixo nível educacional nacional reflete a baixa qualificação dos profissionais brasileiros. Anualmente vários profissionais se
formam nas faculdades e 40% destes estudantes são considerados analfabetos funcionais.
O
analfabeto funcional é aquela pessoa capaz de ler e escrever, mas não
consegue interpretar e associar as informações. Os indicadores classificam 4
níveis diferentes de alfabetização, a saber:
Plena;
Básica;
Rudimentar;
Analfabetismo.
Básica;
Rudimentar;
Analfabetismo.
As pessoas que não conseguem atingir o nível pleno são
consideradas analfabetos funcionais.
Por
que hoje não conseguimos formar profissionais capacitados?
O sistema educacional brasileiro está fortemente aliado à falta de
qualidade dos professores e dos métodos aplicados, o que faz com que os estudantes se formem nas faculdades sem ter capacidade funcional para assumir qualquer cargo nas empresas.
A
qualificação e o desenvolvimento dos professores é uma precondição para o
desenvolvimento escolar. Em geral, a experiência tem demonstrado que atualmente
os docentes são péssimos executores de ideias. Qualquer inovação ou
transformação do ensino brasileiro deve ter docentes capacitados para ensinar e
expor ideias de maneira clara e objetiva.
O professor é o responsável por transmitir e ensinar aquilo que pensa, se ele não se
qualifica constantemente e não renova suas ideias não tem como repassar algo proveitoso aos seus alunos. É
lamentável saber que o sistema educacional brasileiro vem se deteriorando
com o tempo, invés de seguir o exemplo aplicado nos países desenvolvidos.
O
sistema educacional brasileiro executa a progressão continuada desde 1996, o
mesmo processo que é executado no sistema educacional colombiano. A
progressão continuada tem como objetivo regularizar o fluxo de alunos ao longo
dos anos na escola para superar o fracasso das altas taxas de reprovação. A
ideia é que os alunos tenham acesso ao estudo sem repetências ou interrupções e
não se sintam prejudicados com o aprendizado.
O
sistema educacional brasileiro favorece não apenas os professores mal preparados como
também acabam empurrando o problema para frente permitindo que os alunos analfabetos se formem no ensino fundamental, secundário e nas faculdades.
Nessa
mesma linha de raciocínio os governantes não inovam o sistema educacional
brasileiro e criticam a falta de profissionais qualificados para desempenhar
satisfatoriamente a função de professor.
A
empresa Person fabricante de sistemas educacionais encomendou uma pesquisa
sobre educação à consultoria britânica Economist Inteligence Unit (EIU), e
constatou que o Brasil tem um dos piores sistemas educacionais perdendo apenas
para a Indonésia que ficou em último lugar num ranking de 40 países. O
Brasil ficou atrás de países latinos como México, Colômbia, Argentina e
Chile. Estes resultados foram obtidos através de notas em testes efetuados por
estudantes dos países participantes da pesquisa entre os anos de 2006 e 2010.
O
Brasil ficou longe dos países que obtiveram a melhor classificação como a
Finlândia em primeiro lugar e na sequência a Coréia do Sul e Hong Kong. Países
estes que valorizam seus professores, apesar de exigirem que todos tenham
mestrado para ministrar aulas tanto do ensino fundamental como secundário. Bem
diferente do que é exigido hoje pelo sistema educacional brasileiro.
A
pesquisa destaca também a importância de empregar professores qualificados assim como a necessidade de encontrar maneiras adequadas de
recrutá-los e pagar bons salários a estes docentes. Os estudos concluem que o
importante é manter uma cultura nacional que valorize o aprendizado, os
professores, a escola e a educação como todo.
A
falta de investimentos de uma política educacional de qualidade vem
favorecendo o comércio desenfreado de escolas e faculdades
particulares que almejam lucros. Depois da implantação da progressão
continuada em 1996, o nível educacional caiu significativamente. O governo faz
vista grossa ao problema incentivando continuamente que os alunos
devem ir para a faculdade, mesmo sem capacidade de entendimento e conhecimentos
básicos.
O
mercado de trabalho dita regras que somente os profissionais graduados têm
capacidade para preencherem as vagas disponíveis, o que é um grande erro, pois
de nada adianta fazer um curso universitário se a pessoa não sabe ler, escrever e raciocinar.
As
novas gerações tem sido as mais prejudicadas, pois além de não terem um ensino de
qualidade também não são estimulados a pensar.
Agradecimentos
aos profissionais que contribuíram com informações sobre o sistema educacional
de seus países:
-
Antonio dos Santos Pereira, estudante na Bethel University, USA;
- Roy Web, Claro, Peru;
- Willy Hernandez, Business Systems Analyst –
Firmenich, Colômbia.
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O trabalho A Deteriorização do Sistema Educacional no Brasil de Marisa Fonseca Diniz foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível emhttp://marisadiniznetworking.blogspot.com/2013/06/a-deteriorizacao-do-sistema-educacional.html.
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