Marisa Fonseca Diniz
Sempre que se fala em sustentabilidade vem à mente a
conservação da natureza, mas ela integra também a economia, sociedade e meio
ambiente. A palavra sustentabilidade vem
do latim sustentare, que significa
sustentar, defender, apoiar e cuidar. Em 1980, o presidente da Worldwatch
Institute – WWI, o norte-americano Lester Brown, utilizou pela primeira vez o
termo sustentabilidade para defender a importância em satisfazer as
necessidades atuais sem reduzir as oportunidades às futuras gerações.
A ideia de desenvolvimento sustentável surgiu a partir do
conceito de eco-desenvolvimento proposto durante a 1ª Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento na cidade de Estocolmo, Suécia,
em 1972, chamando a atenção internacional para questões relacionadas à
degradação ambiental e à poluição, porém este assunto não se limita apenas às
fronteiras políticas como também afeta países, regiões e povos muito além do
ponto de origem.
O conceito de sustentabilidade expressa o quanto a
existência e a qualidade de vida humana dependem do uso racional e eficiente de
recursos naturais e humanos. O amplo conceito é um conjunto complexo de
significados que pode ser utilizado para apoiar diferentes ações, sejam
direcionadas ao meio ambiente, ao social ou simplesmente a políticas
econômicas. Dentro do Relatório de Brundtland existe uma dicotomia sobre a
sustentabilidade, um é sobre o alarde feito sobre a degradação ambiental que
resulta no crescimento econômico, e outra é enxergar o desenvolvimento
econômico como o principal caminho para a redução das disparidades da riqueza.
Esse paradigma da sustentabilidade é totalmente
compreensível quando há ações pré-estabelecidas, por exemplo, é necessário
degradar determinados ecossistemas para facilitar o comércio proveniente da
produção de alimentos ou da construção de moradias. Apesar de parecer
contraditório, compensações podem ser feitas antes que os resultados destes
danos sejam realmente conhecidos. Existem limites definidos para as
compensações de capital natural, humano e social, o que é ou não permitido para
entender o quanto os sistemas econômico e social provêem do ser humano e do
meio ambiente, sem esquecer que o bom funcionamento do ambiente sustenta a economia
e a sociedade.
Partindo desse conceito, a sustentabilidade
organizacional nada mais é do que o modelo de gestão onde há interatividade
total entre o capital humano, o desenvolvimento organizacional e o resultado
positivo. Pesquisar sobre questões de
cultura organizacional não pode ficar restrito apenas a área administrativa
partindo do pressuposto das atividades profissionais e processos internos. Toda
organização deve ter consciência que o desenvolvimento sustentável só vem por
meio da capacidade de interagir todos os envolvidos com a responsabilidade
sócio-ambiental no processo organizacional de maneira criativa e inovadora. A sustentabilidade organizacional une o meio ambiente, a parte social e a governança, representada pela sigla em inglês ESG - Environmental, social and Governance.
Na sustentabilidade organizacional, o funcionário não pode ser mais aquele acomodado sem
perspectiva de crescimento, o novo modelo sustentável sugere um profissional
empreendedor, que seja líder e tenha a capacidade de desenvolver seu trabalho
de maneira individual e coletiva. O profissional ideal para este tipo de modelo
sustentável organizacional é o que inova, identifica e cria azos de negócios,
além de coordenar todas as combinações possíveis de recursos extraindo as
melhores oportunidades em um meio incerto. Os profissionais devem ter certa dose
de ousadia para levar a inovação para dentro das empresas, além de serem
altamente capazes de solucionar os problemas corporativos.
As organizações devem possuir primeiramente profissionais
baseados em quatro pontos básicos, a saber: culturalmente aceito,
ecologicamente correto, economicamente viável e socialmente justo, quem não for
um profissional com estes quesitos básicos dificilmente se adequará as novas
tendências do mercado de trabalho sustentável. No entanto, vale a pena ressaltar, que as empresas podem utilizar o treinamento como ferramenta de adequação para que os novos funcionários possam se interagir com a nova política organizacional e produzir bons resultados, quando estiverem desenvolvendo as atividades laborais. Dentro do processo de adequação
das organizações ao modelo de sustentabilidade organizacional há a necessidade
de conhecer e adotar novos conceitos de gestão, o que exige novos conhecimentos
por parte de todas as pessoas envolvidas no processo.
O grande desafio hoje da sustentabilidade organizacional
é focar os conhecimentos da liderança de modo a explorar o ambiente
socioeconômico de maneira a mobilizar todos os profissionais envolvidos no
processo, sendo cientes da importância e necessidade de lutar por valores e
princípios que possam melhorar a qualidade de vida de todos no ambiente
organizacional. É impossível ter
qualidade total sem investir na qualidade de vida dos colaboradores relacionado
ao ambiente saudável das organizações.
Segundo Nadler & Lawler – 1983 – a qualidade de vida
no trabalho é um modo de pensar sobre as pessoas, trabalho e organizações,
sendo os elementos essenciais: preocupação do impacto do trabalho sobre as
pessoas, a afetividade organizacional, a ideia de participação na solução de
problemas organizacionais e a tomada de decisão. Muito próximo da realidade
atual sobre sustentabilidade organizacional, um desafio para muitas empresas
que estão ainda presas a conceitos ultrapassados de organização eficiente.
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O trabalho Sustentabilidade Organizacional, a evolução de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em http://marisadiniznetworking.blogspot.com/2017/05/sustentabilidade-organizacional-evolucao.html.
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