Marisa
Fonseca Diniz
A
arquitetura colonial no Brasil ocorreu no período em que o país foi colônia de
Portugal, datada de 1500 a 1822. Os colonizadores
importaram diversos estilos arquitetônicos europeus ao Brasil, tais como:
renascentista, maneirista, barroco, rococó e neoclássico.As
principais técnicas construtivas utilizadas na época colonial foram adaptadas
às condições socioeconômicas vigentes da época. Atualmente muitas dessas
técnicas e materiais são utilizados como opção sustentável na conservação
do meio ambiente, uma vez que, os insumos e processos construtivos se
modernizaram no decorrer dos anos, no entanto vale ressaltar, que muitos destes materiais acabaram poluindo solos e
rios de maneira a degradar a natureza.
O processo das construções coloniais de divisórias e muros eram feitas de alvenaria, onde se utilizava materiais como pedra, lajotas e tijolos. O adobe é uma lajota de barro compactada manualmente em fôrmas de madeira, que são colocadas para secar na sombra durante alguns dias e depois ao sol. O barro é composto por argila e areia, acrescido de fibras vegetais e estrume de boi processo este que proporciona maior resistência às lajotas. A Igreja Matriz de Santa Rita Durão, na cidade de Mariana, Minas Gerais é um exemplo típico da utilização de adobe na construção interna de suas paredes.
Os tijolos
cerâmicos também são utilizados nas construções coloniais, mas diferentemente
do adobe tinham dimensões menores e eram cozidos nos fornos em altas
temperaturas. A durabilidade dos tijolos cerâmicos é semelhante às pedras
utilizadas na construção dos muros da época colonial. A maioria das
construções na Bahia no ano de 1711 é de tijolos cerâmicos.
Algumas
construções utilizam o processo da alvenaria seca, onde é dispensada a
argamassa, e as pedras são assentadas com a ajuda de formas de madeira. No
processo de cantaria, as pedras são lavradas, a fim de que as peças
se ajustem umas sobre as outras sem auxílio de argamassa. O
óleo de baleia foi muito utilizado como adesivo no auxilio da vedação na era colonial.
A técnica mais utilizada nas construções coloniais brasileiras era a taipa de pilão, uma vez que havia abundância de barro vermelho, matéria prima de ótima resistência e durabilidade. O processo consistia em amassar com o pilão o barro que era colocado em fôrmas de maneira, os taipas, semelhante às fôrmas de concreto que são utilizadas atualmente nas construções, após a secagem o taipal era desmontado e deslocado.
Neste processo, assim como no adobe, a mistura tinha que ser bem dosada em argila, areia, fibra vegetal, crina de cavalo ou estrume animal, sendo o diferencial a mistura de óleo de baleia que possibilitava uma resistência extraordinária. A secagem por sua vez durava de 4 a 6 meses, sendo que depois de seca o revestimento das paredes poderiam utilizar a argamassa de cal e areia ou utilizar o estrume de vaca. O processo de taipa de pilão nas construções coloniais foram mais utilizadas nas regiões de São Paulo e Goiás.
Um dos sistemas mais utilizados nos tempos de colônia e nas construções rurais atuais é o pau-a-pique ou taipa de mão. Os materiais utilizados nesta técnica construtiva tem baixíssimo custo, alta resistência e durabilidade. As madeiras utilizadas no processo são a aroeira ou braúna. Os baldrames são ligados aos esteios por sambladuras, que são colocados entre os esteios e os frechais com paus roliços verticais. A trama é amarrada com cordões de seda, linha, cânhamo ou buriti. O barro é jogado e apertado com as mãos até dar a consistência.
Os artigos aqui publicados e este blog estão protegidos pela Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. É PROIBIDO copiar, imprimir ou armazenar de qualquer modo os artigos aqui expostos, pois estão todos registrados.
O trabalho Arquitetura colonial e o meio ambiente de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2018/01/arquitetura-colonial-e-o-meio-ambiente.html.
O processo das construções coloniais de divisórias e muros eram feitas de alvenaria, onde se utilizava materiais como pedra, lajotas e tijolos. O adobe é uma lajota de barro compactada manualmente em fôrmas de madeira, que são colocadas para secar na sombra durante alguns dias e depois ao sol. O barro é composto por argila e areia, acrescido de fibras vegetais e estrume de boi processo este que proporciona maior resistência às lajotas. A Igreja Matriz de Santa Rita Durão, na cidade de Mariana, Minas Gerais é um exemplo típico da utilização de adobe na construção interna de suas paredes.
As pedras utilizadas no processo de alvenaria são feitas de calcário, arenito, granito, pedra-sabão, canga ou pedra de rio devido sua
alta resistência, no entanto, os tamanhos eram variados e o acabamento irregular, já que não havia maquinário disponível para o corte na época colonial. As pedras menores calçam as maiores, além do cal e da areia fazerem o papel da argamassa
por serem mais resistentes, embora em algumas construções o barro entrava como substituto destes materiais. A Igreja de São Francisco na cidade de
Ouro Preto, Minas Gerais é um exemplo de construção feita em pedra sabão.
A técnica mais utilizada nas construções coloniais brasileiras era a taipa de pilão, uma vez que havia abundância de barro vermelho, matéria prima de ótima resistência e durabilidade. O processo consistia em amassar com o pilão o barro que era colocado em fôrmas de maneira, os taipas, semelhante às fôrmas de concreto que são utilizadas atualmente nas construções, após a secagem o taipal era desmontado e deslocado.
Neste processo, assim como no adobe, a mistura tinha que ser bem dosada em argila, areia, fibra vegetal, crina de cavalo ou estrume animal, sendo o diferencial a mistura de óleo de baleia que possibilitava uma resistência extraordinária. A secagem por sua vez durava de 4 a 6 meses, sendo que depois de seca o revestimento das paredes poderiam utilizar a argamassa de cal e areia ou utilizar o estrume de vaca. O processo de taipa de pilão nas construções coloniais foram mais utilizadas nas regiões de São Paulo e Goiás.
Um dos sistemas mais utilizados nos tempos de colônia e nas construções rurais atuais é o pau-a-pique ou taipa de mão. Os materiais utilizados nesta técnica construtiva tem baixíssimo custo, alta resistência e durabilidade. As madeiras utilizadas no processo são a aroeira ou braúna. Os baldrames são ligados aos esteios por sambladuras, que são colocados entre os esteios e os frechais com paus roliços verticais. A trama é amarrada com cordões de seda, linha, cânhamo ou buriti. O barro é jogado e apertado com as mãos até dar a consistência.
O enxaimel é
uma técnica semelhante ao pau-a-pique, os esteios são reforçados com peças inclinadas nos cantos e na
diagonal dos quadros e preenchidas com adobe. A construção do Museu da Família
Colonial de Blumenau, Santa Catarina é um exemplo típico deste tipo de técnica.
Já o
processo do tabique é utilizado nas estruturas internas, que são feitas com vigas de madeira e revestidas com tábuas. As madeiras mais utilizadas neste
processo é o ipê, a aroeira, peroba, maçaranduba, jatobá, cedro, canela,
vinhático, caviúna, entre outras.
A Matriz de Nossa Senhora do Pilar na cidade
de Ouro Preto, Minas Gerais, é um exemplo típico deste tipo de técnica
construtiva, cujas paredes são de alvenaria de pedra, e a parede da nave é de
madeira na forma poligonal.
Artigo editado em Julho/2022.
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Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2018/01/arquitetura-colonial-e-o-meio-ambiente.html.
Bom trabalho, prefiro muito mais esse estilo de arquitetura antiga do que a arquitetura moderna, eu iria preferir muito mais conhecer uma cidade como London do que conhecer uma outra como Brasília com arquitetura futurística.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho.