Marisa Fonseca Diniz
As
vias e rodovias de acesso das grandes cidades muitas vezes mais parecem glacês do que asfalto, qualquer intempérie faz com que o asfalto derreta e as vias se
transformem em grandes panelas.
A falta de
qualidade em obras de recapeamento asfáltico pode ser o grande problema, que faz com que o asfalto não dure por muito tempo. Em alguns paises, não há qualquer tipo de comprometimento com segurança, o que acaba sendo alarmante, pois a grande parte das empresas responsáveis por obras de recapeamento não se
preocupa em atender itens de conforto na trafegabilidade dos veículos nas vias
e rodovias.
Técnicos e profissionais responsáveis pela execução e supervisão das obras de recapeamento devem observar e aplicar métodos executivos através das normas técnicas. Alguns aspectos técnicos devem ser empregados no recapeamento das vias sem interferir na qualidade do pavimento asfáltico, afim de que não seja reduzido o tempo útil dos revestimentos asfálticos.
Buracos (panelas), trincas e outras patologias quando identificadas devem ser adequadamente solucionadas evitando assim o risco de deslocamento, e os danos irreparáveis que possam exigir a reconstrução completa da estrutura. Diversos são os materiais utilizados na execução do pavimento das vias, os principais são: a lama asfáltica, SMA – Stone Matrix Asphalt, CBUQ e asfalto-borracha.
A SMA – Stone Matrix Asphalt conhecida também por pedra-matriz de asfalto foi desenvolvido na década de 1960 na Alemanha, sendo um material de revestimento durável resistente, e adequado às estradas de tráfego intenso. O SMA é o material mais utilizado na Europa, Austrália, Estados Unidos e Canadá, sendo esta a opção mais durável para a pavimentação de ruas e rodovias. O SMA é composto por uma grossa camada de agregado que interliga a estrutura de pedra e resiste à deformação permanente. A estrutura de pedra é preenchida por mastique de betumes e com enchimentos para que, as fibras sejam adicionadas proporcionando estabilidade e evitando a drenagem da massa.
O CBUQ –
Concreto Betuminoso Usinado a Quente é um dos materiais mais
utilizados no recapeamento de vias, por ser um material com alta flexibilidade
e excelente resistência de esforços de flexão. No entanto é um material que se
deteriora rapidamente principalmente quando ocorrem falhas no processo de
execução. Outro ponto negativo é o fato de muitas cidades usarem este tipo de material para conservação e manutenção periódica
das vias de acesso.
O asfalto-borracha é um método ecologicamente correto, pois reutiliza pneus velhos e inservíveis. A mistura de borracha de pneus triturada em misturas asfálticas é mais resistente e duradouro, porém o maior obstáculo para a utilização deste tipo de asfalto é o custo elevado.
As camadas típicas de um pavimento são: o revestimento, a base, a sub-base e o reforço de subleito. O revestimento asfáltico é usado como acabamento final e tem a função de impermeabilizar e dar resistência à derrapagem. A base ou concreto asfáltico alivia as tensões nas camadas inferiores distribuindo-as, sendo a principal função permitir a drenagem da água que se infiltra pelos drenos e resiste às deformações. A sub-base reduz a espessura das camadas e possui as mesmas funções da base. É no subleito que as camadas estruturais repousam após a conclusão dos serviços de cortes e aterros.
A falta de conservação e manutenção adequada das vias e rodovias mal conservadas tem ocasionado uma série de transtornos aos cidadãos que sofrem com o desgaste do asfalto. Buracos, pedregulhos soltos, trincas e falta de sinalização adequada que alerte o problema das falhas com manutenção são alguns dos transtornos mais decorrentes. Os pedestres e condutores de veículos devem estar sempre em alerta quanto à estrutura física das vias e rodovias para não se envolverem em acidentes de trânsito.
Artigo editado em Agosto/2022.
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