Marisa
Fonseca Diniz
Nem todas as redes sociais que parecem ser boas, de fato
são, muitas escondem por trás dos perfis e dos inocentes feeds uma forte toxidade,
que acaba contaminando todos os usuários, desde os mais ingênuos até os mais
experientes.
Depois de sete anos tendo um perfil na antiga rede
profissional LinkedIn, decidi em 2016 excluir
o perfil com quase 10 mil contatos, uma atitude que para muitos poderia ser
considerada uma loucura, no entanto, com o advento da compra da rede pela então
empresa Microsoft comecei a ter uma série de problemas, e uma delas me causou
diversos prejuízos materiais e morais, já que na época vinha sofrendo com a
invasão de um cracker
no meu computador e perfil, e que de nada resolveu tentar conversar com os
responsáveis da rede, no qual se eximiram de qualquer responsabilidade, o que
acabou se tornando um verdadeiro estorvo.
Conhecida mundialmente como sendo uma rede profissional
direcionada a profissionais interessados em networking de negócios ou
recolocação no mercado de trabalho acabei retornando à rede no final do ano de
2017, tempo suficiente para perceber que a rede aos poucos vinha definhando em
questão de qualidade tanto para negócios como para oportunidades de trabalho.
Apesar de ser uma rede profissional com milhões de
profissionais cadastrados em todo mundo, a rede deixou de ser atraente após a
venda à Microsoft. Infelizmente, nem todas as redes proporcionam qualidade a
seus usuários. Atualmente o LinkedIn se
tornou uma rede exclusiva de “profissionais milagreiros”, coaches, entendidos,
e especialistas sem terem trabalhado na área em que se autointitulam doutores,
sem formação acadêmica, seja graduação, especialização ou doutorado no assunto.
Além do que, há muitas promessas de ganhar dinheiro fácil, sem muito esforço,
mas com muita propaganda enganosa para conquistar um público ingênuo disposto a
pagar por e-books, palestras e conselhos de autoajuda financeira, o que por
sinal trás muita rentabilidade financeira à Microsoft.
Os influencers
do LinkedIn vivem em um mundo a parte, a elite do mundo
contemporâneo, que recebem muitos likes e comentários, carreira esta desejada
por alguns usuários, mas que ninguém sabe se quer como chegaram ao posto.
Supostamente por terem muitos seguidores na rede, não necessariamente sendo um
especialista na área, pois o intuito é atrair o público para a rede, a fim de
que mais pessoas se cadastrem e consequentemente haja mais vendas de conta premium.
O Linkedin é uma rede de pessoas entendidas em LinkedIn:
Ø Como ter um perfil campeão;
Ø Como ter mais de 10 mil
seguidores;
Ø Como ser notado;
Ø Como se tornar rico sem
muito esforço;
Ø Como ter o melhor emprego;
Ø Como conseguir poder;
Ø Como ser um líder que
influencie outras pessoas.
O Linkedin praticamente é uma rede de narcisistas para narcisistas,
não, não estou falando do Facebook ou do Instagram, e sim do LinkedIn, onde há
muitos egos
inflados.
No Linkedin é proibido discordar de postagens, usuários com opinião são duramente criticados, se o usuário for opinar sobre política ou economia pode ser brutalmente ofendido, a ética não existe por lá, o que existe na verdade é uma porção de pessoas que se dão o direito de autojulgarem quem quer que discorde de determinados posicionamentos, ou seja, se a maioria concorda com que está exposto, quem é você para discordar?
O Pulse do Linkedin é outra plataforma emblemática, que
mostra como algumas pessoas tem a necessidade de mostrar seu comportamento egocêntrico.
Os temas são todos praticamente voltados para si mesmos, não para uma
organização, uma equipe de trabalho ou conhecimentos técnicos. O que demonstra
perfeitamente o quanto as pessoas são narcisistas, e como atraem outras pessoas
com comportamento semelhantes.
Particularmente prefiro ler artigos de profissionais da
minha rede que não escrevem no Linkedin, apenas publicam os links de seus
artigos que se encontram fora da plataforma, e que se diga são excelentes, mas
que se fossem escritos na rede não seriam lidos, já que a maioria prefere quem
encha o ego.
A rede também tem uma peculiaridade interessante para
quem busca uma oportunidade de trabalho, as centenas de vagas anunciadas diariamente
no Linkedin nem sempre de fato existem, mas escondem uma rede de sites que atraem
desempregados para cadastrar o currículo e depois oferecerem serviços pagos de
recolocação. Muitas empresas chegam a lotar diariamente a caixa de e-mail dos
candidatos com anúncios de artigos, lives, cursos, palestras, e-books e
serviços de recolocação com um preço bem acima do praticado no mercado em plena
época de recessão econômica e alta taxa de desemprego.
Na rede há muitos profissionais que atenderiam
perfeitamente as vagas de emprego que buscam o super-homem, perfis impecáveis, graduação em universidade de primeira linha, MBA
internacional, idiomas fluentes, experiência em multinacional, mas que
infelizmente continuam desempregados há anos. A diversidade de perfis é enorme
daria para encher um banco de vagas facilmente com pessoas capacitadas, mas as
empresas que buscam o tal “super-homem”, não estão interessadas em pagar um
salário que faça jus a experiência ou capacidade dos profissionais, e por fim
acabam refazendo o anúncio da vaga de emprego diariamente.
O Linkedin é uma rede brochante que faz a pessoa
considerada eficiente se sentir uma incompetente, principalmente os profissionais
que não pertencem às classes
sociais mais abastadas, pois sucesso é ter poder, influências e
dinheiro. Quem não faz uma faculdade de primeira linha ou um intercambio no
exterior nem é avaliado pela empresa, que antecipadamente já o considera inapto
para assumir qualquer função, mesmo quando o profissional é considerado uma
pessoa com inteligência acima da média.
A rede também oferece uma gama enorme de negócios, muitos
por sinal, fraudulentos, mas, que só são percebidos depois que o golpe do
dinheiro fácil for aplicado. Não se desespere porque reclamar para a central do
Linkedin sobre o fato não resolverá absolutamente nada, pois irão se isentar
completamente da responsabilidade em manter a rede segura, a culpa por sinal é
sempre do usuário que não soube configurar o seu perfil de maneira segura.
Um fato interessante que ocorre diariamente no LinkedIn é
a facilidade que as pessoas tem de acreditarem 100% em tudo que divulgam na
rede, sem ter um filtro do que é enganoso ou duvidoso. Na rede tudo é lindo,
maravilhoso e não há crise, o que há é uma parcela de pessoas que se deixam
enganar pela manipulação em massa.
Outros indivíduos insistem em mostrar o crachá, a mesa em
que desempenham suas funções, os presentes que ganham no primeiro dia de
trabalho e relatar por escrito que trabalham na melhor empresa e tem o melhor
emprego do mundo, além de pessoas que colocam fotos aleatórias em seus perfis
como da viagem com a família, do cachorro, do papagaio e fotos sensuais, o que
é perceptível à necessidade de se autoafirmarem e terem a aprovação do público
da rede. Casos como estes mostram insegurança por parte do profissional e uma
arrogância em querer dizer e mostrar o que não interessa aos demais.
Com a crise econômica mundial, os profissionais
precisam se adaptar a nova realidade, não se concentrarem em apenas uma rede
profissional, abrindo assim um leque de oportunidades e se inovando. Fazer cursos
gratuitos pela internet e se adaptando a novas oportunidades de
trabalho, principalmente remotamente. É interessante que as pessoas aprendam a
ampliar seus conhecimentos, não apenas na área em que atuam, a fim de que
possam também buscar emprego em outras áreas. Ler livros virtuais pode ser uma
ótima alternativa para quem não possui muito dinheiro para gastar, mas que
desejam aprender um pouco mais. Abaixo deixo alguns links de livros virtuais:
O mercado de trabalho precisa absorver uma boa parte dos
desempregados, e é certo que isso pode levar um longo tempo para acontecer, e
não podemos desanimar. Há muitos jovens desempregados bem como muitas pessoas
acima dos 50 anos de idade, que estão longe de se aposentar, assim como eu, e
que estão aptos para trabalhar.
Portanto, quando pensar em buscar uma nova recolocação de trabalho não se prenda há conselhos irreais nas redes sociais, muito menos no Linkedin, onde há muitos milagreiros prometendo sucesso em plena recessão, faça diferente, cadastre o seu currículo nos sites das empresas, não perca seu precioso tempo com futilidades, que além de não acrescentarem nada de bom na vida ainda podem deixar um rastro de raiva por acreditar que você tem o pior currículo do mundo.
Para finalizar este artigo, não vou deixar dicas de como
ficar rico da noite para o dia, mas sim vou deixar o link dos blogs, onde há
artigos interessantes para conhecimento geral, saia do mundo bitolado das redes
sociais e profissionais que prometem muito e no final fazem muito pouco pelas
pessoas, uma vez que o interesse delas é exclusivamente financeiro. O Projeto MD
Networking Publicações surgiu no final do ano de 2012 com a finalidade
de levar conhecimentos a várias pessoas ao redor do planeta, portanto aqui fica
meu convite para conhecer os blogs e seja bem vindo!
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armazenar de qualquer modo o artigo aqui exposto, pois está registrado.
O trabalho Linkedin, uma rede de narcisistas para narcisistas de Marisa Fonseca Diniz está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Baseado no trabalho disponível em https://marisadiniznetworking.blogspot.com/2020/08/linkedin-uma-rede-de-narcisistas-para.html.
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